terça-feira, 7 de agosto de 2012


RELICÁRIO DOS HOMENS - oficinas de vivências temáticas voltadas para a auto-descoberta, despertar da criatividade e sensibilidade.



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NUM TEMPO FORA DO TEMPO 
 
            O tempo é redondo. Tem a imagem do deslocamento da Terra sobre seu eixo. Dos ciclos da vida. Das estações do ano. Do embalar dos galhos ao impulso do vento. Do sopro da vida. Da respiração. Do pulsar do coração, da vibração das células, do vôo da águia, da dança da vida. Do contemplar do por do sol. Das piruetas da criança. Do caminhar lento ou apressado. Do chegar, do sair, do retorno. Do ir e vir. Do ficar. Do acordar e dormir. Do amanhecer e anoitecer.
Quanto tempo dura uma lembrança, um desejo, uma expectativa? Qual é o tempo da espera, da dor, da alegria? É possível limitar o tempo à matemática das horas, minutos e segundos?
A argamassa da vida é o tempo. É o barro que molda o agora. É a liga versátil e flexível que tudo cria. O tempo é a auto-perpetuação do movimento e movimento é vida. O tempo é vida em suas infinitas possibilidades. É feito da impermanência do instante. É fluido, volátil, efêmero. É memória e criação. O novo do velho renovado.
No tempo do “eu sou”, a tessetura do agora é feito com o fio do espanto, do encantamento, da contemplação, da  perplexidade.  Sombra e luz se entrelaçam, se eclipsam e se revelam,  razão e emoção encontram-se na plenitude de um feixe,   vibrações das idéias reverberam na renda da imaginação. Tudo é Uno. O tempo é amor.
O tempo é, sempre foi, sempre será o relicário coletivo das idéias, do sentir, do pensar. O elo que une o Ser e a experiência. Nesse repositório inesgotável, as possibilidades do existir aguardam a manifestação. A trajetória é individual em busca do manancial disponível a quem queira dele beber. Cada um de nós contribui em enriquecer a fonte com sua singularidade em estar no mundo.
O tempo é o fio que tece a história humana. Ele lapida o homem através das experiências, que seguem um padrão muito antigo, e que reverbera no agora. O passado e o futuro se encontram no presente. Construímos o tempo e o tempo nos constrói. O tempo revela nossa humanidade. A humanidade nos individualiza. Somos feito do coletivo e o coletivo é feito de cada um. A experiência é a manifestação do que somos: Amor.



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