domingo, 4 de maio de 2008

Vivendo no Terceiro Milênio

Falharam as previsões para o Terceiro Milênio. Nem o mundo dos Jetsons, ou a tecnologia da Odisséia no Espaço. Nenhuma perspectiva de solução para problemas básicos de sobrevivência como habitação, alimentação e saúde.

O progresso isolou o ser humano em edificações com luz e temperatura artificiais. O conforto gerou o sedentarismo, ao encurtar o tempo de deslocamento, ou até o dispensando. Roupa que deveria servir de proteção ao corpo tornou-se símbolo de status, atividade econômica ou grupo social, muitas delas inadequadas ao ambiente e ao clima. O alimento que deveria nutrir é fonte de doenças. A humanidade criou tantas necessidades, que não sabe mais o que é indispensável.

Continuamos depredando a natureza, poluindo o meio ambiente, fabricando doença. Novas bactérias e vírus fazem da medicina jogo de tentativas, erros e acertos. Vêem-se mentes sadias prisioneiras de corpos deteriorados e a inutilidade de corpos ainda vigorosos sem comando. Inacessíveis os remédios e tratamentos de última geração. Fracassamos na tentativa de atingir a plenitude física, intelectual e emocional.

A ciência não consegue prever ou controlar a fúria da natureza. A maioria de nós é incapaz de sobreviver a uma catástrofe, não sabe construir abrigo, tecer a roupa, plantar e preparar o alimento. Em plena era cibernética, o ser humano é fragmentado, vive exilado de si e do outro. Quem sabe tenha-se cumprido a profecia do final do mundo e ainda não acordamos do pesadelo em que ele se transformou?

Nenhum comentário: